quinta-feira, 23 de julho de 2009

Reinstalar o sistema?


Há algum tempo meu computador vinha apresentanto problemas, executava e finalizava aplicativos sem nenhum tipo de comando da minha parte, parecia estar sobrecarregado. Nem mesmo os vários antivírus que usei amenizaram essa situação. Eu não queria encaminhá-lo ao técnico, me esforcei ao máximo para evitar uma formatação. Apagar os dados, programas de todos os tipos, minhas canções prediletas, toda aquela infinidade de fotos? Não! Eu não queria uma máquina nova, livre de todos os meus vestígios, minha vontade era sanar os erros do sistema mas conservar as peculiaridades que faziam daquele aparelho o meu computador pessoal.
É, não tive escapatória! No momento, digito essas palavras num editor de textos de um computador completamente novo. Não físicamente, é claro, digo novo porque até mesmo o sistema operacional foi trocado. Segundo o técnico, por um mais moderno, mais eficiente, que dispõe de um ambiente gráfico mais bonito. Aparentemente tudo isso é verdade, mas acho que o meu aval definitivo virá com o tempo. Por sorte existem os backups, assim foi possível reimplantar meus arquivos particulares. Posso parecer antiquado ou demasiadamente apegado a pequenos detalhes, mas o fato é que eu não gosto de mudanças repentinas. O novo realmente pode ser bom, no entanto, penso que seria mais fácil se algumas coisas acontecessem de forma gradativa.
Tudo isso me fez pensar em nós, "máquinas humanas". Já pensou se pudéssemos simplesmente apagar de nosso HD os arquivos defeituosos? Ou isolar os resquícios das más recordações, das mágoas, das experiências malsucedidas, tudo com a mesma facilidade com que os antivírus colocam sob quarentena os aplicativos nocivos? Reinstalar o sistema, recomeçar do zero. Fazer um backup de todos os bons sentimentos, de todas as sensações experimentadas ao lado de pessoas especiais e se desfazer do indesejado, deletar definitivamente tudo aquilo que nos esgota a memória e a capacidade de processamento. Seria no mínimo interessante, para muitas pessoas uma possibilidade tentadora. Como já disse, sou um pouco antiquado, apagar os estigmas que o tempo deixa em nossas vidas seria, ao meu ver, o mesmo que sermos despojados da capacidade cumulativa, algo essencialmente humano. Haveria graça em arriscar, se aventurar, existiria satisfação em viver se tudo o que porventura nos afligisse pudesse ser facilmente descartado? Penso que não, felizmente somos máquinas mais complexas que os computadores. Prefiro manter minha configuração inicial!

Um comentário:

  1. Danylo!
    Está de parabéns pelo post,
    com certeza nos faz refletir
    sobre quem somos e o que fazemos!!

    Beijão
    Pri Sampaio

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