quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

E meu mundo girou


Ontem me peguei revirando algumas gavetas. Não sabia muito bem o que procurava, talvez tudo o que eu queria era rever livros, apostilas e papéis velhos que ali jaziam desde 2008. Passei brevemente os olhos sobre o caderno que usava no cursinho, reli alguns esboços de redação, encontrei o encarte publicitário do cursinho, com a foto e o nome dos aprovados no vestibular 2009 da UEL. Foi bom recordar aquele vitorioso 16 de janeiro, ouso dizer que foi um dos dias mais felizes da minha vida. O ano de 2009 realmente passou voando. Mesmo sem saber se fiquei ou não de exame em Sociologia, sinto-me estimulado com o fato de em breve me tornar um veterano.
Esse primeiro ano na Universidade foi um tempo intenso e de muitas mudanças, foi, sem dúvida, um período de amadurecimento e enriquecimento cultural. Todavia, creio que as melhores recordações não ficaram por conta das técnicas jornalísticas que aprendi ou dos seminários que apresentei. As pessoas que conheci esse ano, sim, foram responsáveis por minhas melhores lembranças. Desde as mais cômicas como as reuniões no Parque Universitário e as peripécias pelos barzinhos da cidade, até as mais simples como os jantares no RU e os papos regados ao café aguado do Pinguim. Para mim, ingressar na academia não significou apenas o ponta pé inicial para a profissão que escolhi, representou encontrar pessoas incríveis, cuja amizade eu quero levar para o resto da vida.
Em 2009 eu aprendi que passar o fim de semana estudando nem sempre garante boas notas, mas o fazer continua sendo a alternativa mais coerente. Aprendi também a não traçar longos percursos, e sim percorrê-los aos poucos enquanto seu trajeto é desenhado ao sabor do acaso. Nesse ano me vieram novos amores, cada um, com sua graça peculiar, me fez (faz) feliz de maneiras diferentes. Também em 2009, veio ao mundo o maior amor da minha família, uma bela e encantadora garotinha de olhos grandes. Em outubro eu finalmente consegui a aguardada CNH, minha carta de alforria aos ônibus lotados.
Em 2009 eu chorei, sorri, gritei, dancei (sim!). Esse foi o ano em que percebi o quanto fico engraçado quando de porre. Foi o ano em que tive medo, medo de perder pessoas que estimo, medo da violência, medo da rejeição, medo de fazer escolhas erradas, medo da vida. Mesmo assim, digo sem sombra de dúvidas que foi o ano em que mais vivi! Àqueles que, de uma forma ou outra, me ajudaram, me alegraram, me suportaram ou simplesmente marcaram presença, o meu obrigado. Vocês contribuíram para a construção de parte da minha felicidade (porque a felicidade é algo que edifica-se em partes, cuja estruturação jamais cessa). E, por que não, do meu caráter.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Siga os ditames e seja feliz


Preceitos "verdadeiros" para que a ordem seja mantida.


Tenha um emprego. Ganhe seu próprio dinheiro e pague suas contas. Não falte às aulas. Entregue em dia todos os seus trabalhos e leia a bibliografia básica do curso. Planeje o futuro e vislumbre onde quer estar daqui a cinco anos. Seja gentil com as pessoas e diga sempre “obrigado”. Tenha cuidado com o que fala! Palavras cirúrgicas não são bem-vindas em nossa sociedade. Cultive a política da boa vizinhança, mesmo que isso compreenda calar aquele “filho da ...” que vem à boca quando vez ou outra te prejudicam (há verdades que não precisam ser ditas, mantê-las incólumes dentro de si, às vezes, pode transformar o teu silêncio no mais eloquente dos discursos).
Ria quando a situação for engraçada. Mas o faça moderadamente, afinal, exageros são para os insensatos. Comova-se quando for o caso, no entanto, guarde as lágrimas para mais tarde, no quarto. Chorar em público é coisa de gente fraca, que não tem autocontrole. Use roupas que descrevam quem você é. Compre. Parcele em quantas vezes for preciso. Troque por um novo. Gaste! Pois, como diriam os Engenheiros, a “satisfação é garantida, e a obsolescência é programada”. Globalize-se. Entenda o porquê de tantos protestos contra o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad (mas antes, procure recordar para quem você votou nas últimas eleições para deputado estadual). Mantenha-se informado. Atualize-se. Não perca tempo!
Não faça greve, tampouco apóie movimentos sociais. De baderneiros já bastam os que organizam o narcotráfico. Não fure o sinal vermelho nem exceda o limite de velocidade da via, ainda que isso possa evitar que roubem teu carro ou te baleiem na cabeça. Não fume em bares e boates e em toda sorte de lugares públicos, exceto a rua. Não fume. Beba com moderação. Use camisinha e, sobretudo, faça sexo sempre que solicitado. Afinal de contas, você é homem, oras! Não use drogas. E, por último mas não menos importante, mantenha-se sóbrio! Mesmo que o mundo a sua volta rogue por certa dose de insanidade.

domingo, 20 de dezembro de 2009

So easy


Por que você não acredita quando eu digo que o que passamos juntos foi importante para mim? Não tenho o costume de mentir, muito menos de brincar com os sentimentos de outrem. Na realidade, nunca fui um conquistador ou o queridinho das garotas. Apaixonei-me algumas vezes, mas sempre cheio de reservas. Ainda não aprendi a relaxar e a permitir que o acaso ensine o certo e o incerto. Infelizmente levo comigo alguns preceitos particulares dos quais ainda não tive coragem de abrir mão, eles são culpados por esse meu medo de me envolver.
Foi você quem sempre falou que não havia um manual que nos mostrasse como proceder, que não era necessário lidar com certas coisas de forma tão regrada. Sabe que você me lembra uma canção? “So easy” é o nome dela. Não há como dizer que para mim foi tudo em vão, a verdade é que eu tentei assimilar uma porção de coisas. No começo do mês, depois de tanto tempo, entrei novamente em seu apartamento para pegar algumas cervejas junto com uns amigos. Foi bom rever a cama cheia de roupas, os copos e pratos por lavar. Fiquei poucos minutos por lá, o bastante para passar os olhos em tudo, inclusive em seu mural de fotografias, no qual obviamente não estou.
Agora você anda dizendo que sou eu o culpado por seu mau humor, fala que gostaria que eu me magoasse com a pessoa que agora está comigo, admite querer que eu me machuque, na mesma proporção que um dia eu te machuquei. Ora, perdoe-me se te feri. Mas por que você se diz ferida? Moça, talvez eu não tenha tentado o bastante, talvez eu não tenha nos dado o tempo necessário, entretanto, creio que você estaria pior se a gente tivesse continuado. Você me acusa de leviandade, todavia, creio que o meu grande erro seria não ter tentado. E desse fardo estou livre. Não é sempre que as coisas saem como planejamos. Não devemos nos crucificar ou procurar responsáveis por nossos insucessos.
Querida, aceito se disser que nunca mais olhará em meus olhos, entendo se declarar que não é possível a gente freqüentar os mesmos lugares sem que pese o clima. Mas, sinceramente, não me arrependo de nada. Nada. Dentre todos os possíveis adjetivos, eu realmente espero que você tenha levado apenas o meu melhor. Foi o que fiz com você.