segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Siga os ditames e seja feliz


Preceitos "verdadeiros" para que a ordem seja mantida.


Tenha um emprego. Ganhe seu próprio dinheiro e pague suas contas. Não falte às aulas. Entregue em dia todos os seus trabalhos e leia a bibliografia básica do curso. Planeje o futuro e vislumbre onde quer estar daqui a cinco anos. Seja gentil com as pessoas e diga sempre “obrigado”. Tenha cuidado com o que fala! Palavras cirúrgicas não são bem-vindas em nossa sociedade. Cultive a política da boa vizinhança, mesmo que isso compreenda calar aquele “filho da ...” que vem à boca quando vez ou outra te prejudicam (há verdades que não precisam ser ditas, mantê-las incólumes dentro de si, às vezes, pode transformar o teu silêncio no mais eloquente dos discursos).
Ria quando a situação for engraçada. Mas o faça moderadamente, afinal, exageros são para os insensatos. Comova-se quando for o caso, no entanto, guarde as lágrimas para mais tarde, no quarto. Chorar em público é coisa de gente fraca, que não tem autocontrole. Use roupas que descrevam quem você é. Compre. Parcele em quantas vezes for preciso. Troque por um novo. Gaste! Pois, como diriam os Engenheiros, a “satisfação é garantida, e a obsolescência é programada”. Globalize-se. Entenda o porquê de tantos protestos contra o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad (mas antes, procure recordar para quem você votou nas últimas eleições para deputado estadual). Mantenha-se informado. Atualize-se. Não perca tempo!
Não faça greve, tampouco apóie movimentos sociais. De baderneiros já bastam os que organizam o narcotráfico. Não fure o sinal vermelho nem exceda o limite de velocidade da via, ainda que isso possa evitar que roubem teu carro ou te baleiem na cabeça. Não fume em bares e boates e em toda sorte de lugares públicos, exceto a rua. Não fume. Beba com moderação. Use camisinha e, sobretudo, faça sexo sempre que solicitado. Afinal de contas, você é homem, oras! Não use drogas. E, por último mas não menos importante, mantenha-se sóbrio! Mesmo que o mundo a sua volta rogue por certa dose de insanidade.

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